Exposições
15 Março 2019 - 15 Dezembro 2019
MASP / São Paulo, Brasil
detalhe de "Vendedora de flores", Djanira da Motta e Silva, 1947. Doação Orandi Momesso, 2015. Acervo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Foto Eduardo Ortega.
O tema “Histórias das mulheres, histórias feministas” será pauta do programa de exposições do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand em 2019. Já estão confirmadas seis monográficas de artistas mulheres, além de uma grande mostra coletiva que levará o título do eixo temático. A exposição se integra à série de mostras e seminários elaborados, nos últimos anos, em torno da noção de histórias, que abarcam narrativas reais, fictícias, relatos pessoais e históricos, apresentadas de maneira mais aberta e plural. Nos três anos anteriores, o MASP apresentou exposições coletivas de destaque dentro de um eixo temático anual, Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017) e Histórias afro-atlânticas (2018), recorde de visitação da atual gestão, com 180.000 visitantes.
As mulheres sempre experimentaram uma realidade distinta da vivida pelos homens no que tange a direitos civis e papéis sociais. Ao longo da história, a diferença de gênero teve momentos dramáticos, como no século 19, em que teorias de suposta base científica foram forjadas para explicar e justificar a dominação masculina. O sociólogo positivista francês Auguste Comte, por exemplo, procurou naturalizar a desigualdade em sua teoria da ordem espontânea da sociedade humana, de 1839. Já que as mulheres eram vistas como naturalmente incapazes de entender e raciocinar, não seriam, portanto, capazes de produzir algo tão complexo como a arte.
Muitos esforços têm sido empreendidos desde o final do século 19 para afirmar a importância das mulheres artistas e de suas obras, como a fundação, em Paris, da Union des femmes peintres et sculpteurs [União das mulheres pintoras e escultoras] em 1881 e, mais recentemente, o surgimento do movimento #MeToo, contra o assédio sexual, em Hollywood. A programação do MASP em 2019 se une a essa rede de esforços que questionam os valores de gênero dentro da história da arte e celebram as histórias e os trabalhos de mulheres que, de modo deliberado ou não, foram ignoradas ao longo dos séculos.
Para aprofundar as pesquisas que embasam o programa de 2019, o MASP organizou dois seminários neste ano: “Histórias das mulheres, histórias feministas”, em fevereiro, e “Histórias feministas, mulheres radicais”, em novembro, numa parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Dos seminários, sairá parte do conteúdo do catálogo e da antologia que serão lançados com a exposição coletiva.
As monográficas de Djanira da Motta e Silva, Tarsila do Amaral e Lina Bo Bardi estão previstas para o primeiro semestre, e a coletiva Histórias das mulheres, histórias feministas, e as mostras de Gego, Leonor Antunes e Anna Bella Geiger, para o segundo. O ciclo em torno das histórias das mulheres e histórias feministas terá, além das exposições, palestras, oficinas, filmes, seminários e outras atividades. A programação pode ser acompanhada no site do MASP.
Em paralelo ao eixo temático, e na sequência das importantes parcerias que tem estabelecido, em junho o museu promove a mostra Comodato MASP Landmann: têxteis pré-colombianos. Com curadoria de Marcia Arcuri, será a primeira exposição dedicada à importante coleção arqueológica, que abarca diferentes tipologias, períodos e territórios, cedida ao museu em comodato por um período de 10 anos. A mostra terá têxteis produzidos no atual Peru entre 800 a.C. e o século 16.
Também em paralelo ao eixo temático de 2019, o MASP exibe o Acervo em transformação, exposição da coleção do museu nos cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi. Estão ali nomes como Rafael, Gauguin, Renoir, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Bosch, Teresinha Soares, Claudio Tozzi, Anna Maria Maiolino, Anita Malfatti e Sonia Gomes. A seleção das obras, que podem ser localizadas por mapas impressos, passa por alterações periódicas, que permitem identificar características comuns aos trabalhos e propiciam diálogos entre os diversos artistas, assim como propor novos percursos para o visitante redescobrir a arte.
EXPOSIÇÕES 2019
Djanira: a memória de seu povo 2o subsolo – março a maio, MASP junho –outubro, Casa Roberto Marinho, Rio de janeiro Curadoria: Isabella Rjeille, curadora-assistente, MASP, e Rodrigo Moura, curador-adjunto de arte brasileira, MASP
Tarsila Popular 1o andar – abril a julho Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP
Lina Bo Bardi: Habitat 1o subsolo – abril a julho Curadoria: José Esparza Chong Cuy, curador, Museum of Contemporary Art Chicago (MCA), Julieta González, diretora artística, Museo Jumex, Cidade do México, e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP
Histórias das mulheres, histórias feministas 1o andar, 1o e 2o subsolo – agosto a novembro Curadoria: Isabella Rjeille e Mariana Leme, curadoras-assistentes, e Lilia Schwarcz, curadora- adjunta de histórias
Anna Bella Geiger 2o subsolo – novembro a março de 2020 Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Tomás Toledo, curador-chefe Mostra da artista carioca (1933, Rio de Janeiro, Brasil).
Leonor Antunes 1o subsolo – dezembro a março de 2020 Curadoria: Amanda Carneiro
Gego 1o andar – dezembro a março de 2020 Curadoria: Pablo Léon de La Barra, curador-adjunto de arte latino-americana, MASP, Julieta González, diretora artística, Museo Jumex, Cidade do México, e Tanya Barson, curadora- chefe, Museu d’Art Contemporani de Barcelona (MACBA).
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