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30 May - 21 June 2020
Laboratório & Festival Internacional de Artes Performativas
Coimbra, Portugal
Deadline: 01 March 2020
Linha de Fuga é a segunda edição de um laboratório internacional que visa promover o encontro entre criadores, artistas e pensadores de diferentes países, concebido como um campo de experimentação, aprendizagem e partilha de conhecimento coletivo. Realiza-se entre 30 de maio e 21 de junho de 2020 na cidade de Coimbra, através de seminários práticos de criação e workshops de intercâmbio de práticas artísticas liderados por artistas nacionais e estrangeiros convidados. O laboratório é direcionado a profissionais de artes com um percurso mínimo de criação e sem limite de idade. Procuramos artistas que queiram iniciar, desenvolver e expor os seus processos e interagir com a crítica aos seus trabalhos, pelos seus pares e pelo público. O laboratório reúne 18 participantes / criadores que se devem apresentar a esta convocatória com um trabalho em processo – independentemente da sua etapa de desenvolvimento – ou com uma proposta de ação a oferecer aos habitantes da cidade (performance, conferência, aula, prática, etc). Entre os 18 participantes há 2 lugares para documentadores, cujo papel será o de documentar todo o laboratório a partir de uma perspectiva subjetiva e crítica, devolvendo à sociedade a sua visão sobre o encontro e as práticas de transmissão de conhecimento aí desenvolvidas. Pensado como uma Zona Autónoma Temporária, de acordo com as ideias de Hakim Bey, LINHA DE FUGA terá espaços/momentos de trabalho coletivo onde os participantes podem confrontar e trabalhar os seus projetos artísticos em relação com outras práticas; e períodos de trabalho individual, aos quais caberá a cada participante definir a forma mais correta de ocupar o tempo: em colaboração com outros participantes, em feedbacks individuais com os artistas convidados, em desenvolvimento da sua pesquisa individual.
Na próxima edição queremos repensar o conceito de democracia, tendo em conta as tendências políticas atuais no mundo. Uma sociedade democrática é uma sociedade que deve considerar a diferença e que não normatiza a vida social por uma maioria definida, como tal, deve respeitar o anónimo, o excluído, a minoria sem nome. No entanto, e tal como diz o filósofo português José Gil, “o medo impede certas forças de se exprimirem, inibe, retira e separa o indivíduo do seu território, retrai o espaço do corpo, estilhaça coesões de grupo – tudo isto com efeitos mediatos e imediatos nos processos de produção económica, social, artística, de pensamento.” Nos territórios ‘classificados’ como periféricos esta situação é mais evidente quando a construção da imagem de si é de extrema importância para o indivíduo e, portanto, onde a pressão social de caber numa maioria hegemónica faz esquecer a importância de pensar o espaço comum, o que deve pertencer a todos. Propomos, assim, pensar a importância do anonimato, a desistência do ego, do centralismo, do protagonismo, propomos pensar a importância do espaço público para a construção do pró-comum: o espaço da democracia. O que fazemos, enquanto cidadãos para diminuir as desigualdades de uma democracia? Pode a arte fazer algo? Estas são as perguntas que desafiamos a que sejam respondidas durante todo o laboratório. Paralelamente ao Laboratório, propõe-se uma programação de espetáculos, instalações e performances, criados pelos artistas convidados a dirigir os seminários/workshops, assim como conferências, conversas e master classes aos quais os participantes poderão assistir gratuitamente e à qual poderão juntar as apresentações dos seus trabalhos em progresso e das suas ações.
Leia a convocatória completa aqui.
linhadefuga.pt