Édgar Calel em cooperação com Fernando Pereira dos Santos, Sueño de Obsidiana, 2020. aprox. 13’, still de vídeo. © Sendero Filmes. Cortesia Édgar Calel e Fernando Pereira dos Santos. Foto: Chico Bahia.
A arte de Édgar Calel é atravessada por uma reflexão sobre mobilidade e sobre como ela desencadeia processos de mudança em tensão com as ideias de ancestralidade, preservação cultural e permanência do ser. Esse interesse decorre das impressões que o artista trouxe da infância em sua Comalapa natal e de suas interações com a cultura e com as artes de sua comunidade originária: o povo indígena Maia Kaqchikel.
Aos 19 anos Calel recebeu uma bolsa para estudar na Escola Nacional de Artes Plásticas e assim teve início uma vida itinerante de viagens, primeiro para a Cidade da Guatemala, e depois para outros países da América Central. Durante seus estudos, e pouco depois de se formar, Calel recebeu prêmios e reconhecimentos principalmente por seu trabalho em pintura. Em 2008, foi convidado para uma residência no prestigiado programa Espira la Espora, na Nicarágua, e essa experiência foi seguida por residências na Costa Rica, no Panamá, em Honduras e El Salvador. Em 2011, fez sua primeira residência em Belo Horizonte, Brasil, com um projeto que visava estabelecer uma ponte multimídia entre a América Central e o Brasil. Nos últimos anos, foi convidado para residências e exposições em diferentes países da América Latina e da Europa.