Galerias
Rio de Janeiro, Brasil
O balão inflável criado pelo paulistano Ozi fez parte da coletiva “Papel de Seda”, na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, onde artistas brasileiros e italianos produziram obras com esse material. Foto: divulgação
Na década de 1990, a empresária Ana Maria de la Merced Guimarães dos Anjos e o marido, Petruccio Guimarães dos Anjos, compraram um casarão do século 18, situado no bairro da Gamboa, zona portuária carioca, para onde pretendiam se mudar com os filhos. Entretanto, logo no início da obra, o casal encontrou no terreno uma parte do Cemitério dos Pretos Novos, onde estima-se terem sido abandonados nos séculos 18 e 19 entre 20 mil e 30 mil corpos de escravos que não resistiram à longa e insalubre travessia de navio entre a África e o Brasil. Após compartilhar a informação com os órgãos públicos responsáveis, a família criou ali, em 2005, o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos com a meta de estimular a reflexão sobre o período de escravidão no país e divulgar a cultura negra por meio de projetos educativos e de pesquisa. Hoje a casa reúne biblioteca e memorial com painéis, fotos e parte dos fragmentos encontrados no sítio arqueológico, como artefatos domésticos. Em um galpão anexo funciona a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, aberta em 2011 que busca ser um “espaço de experimentações artísticas e curatoriais, onde a história local deve ser evidenciada ou dialogar com outras questões relacionadas a ela e o seu entorno”, nas palavras do curador Marco Antônio Teobaldo. Tudo é conduzido pela família Guimarães dos Anjos que no momento luta com dificuldade para manter o espaço.
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