A k u z u r u: Arte, pós-humanismo e cura

Sua obra evoca o invisível. Transcendental em sua natureza e conectando o material e o imaterial, ela inclui o humano e o outro como trabalho de cura coletiva. De acordo com A k u z u r u, ela realiza esculturas arquitetônicas: conversas que ocorrem como “grandes lianas envolvendo edifícios abandonados”. A k u z u r u vê seus diálogos inseridos nas estruturas dos edifícios e seus interiores como instalações de outro mundo ou “Obras Espaciais”. Elas inoculam emoções profundas e funcionam como a forma da natureza de consumi-las, ao mesmo tempo em que as restabelece para reivindicar seu lugar legítimo.

A k u z u r u explora a causa raiz de uma Terra doente: a humanidade. Sua prática artística multigênero inclui design de moda, arte performática, instalações e esculturas. Sua obra reúne essas disciplinas em estruturas de proporções arquitetônicas, mecanismos em movimento e criaturas pós-humanas a fim de promover a mudança social.

Parthenogenesis – a Maze of Silence within a Roar (Partenogênese – um labirinto de silêncio dentro de um rugido) é sua obra mais recente. A partenogênese é um fenômeno natural, no qual uma fêmea pode se reproduzir sem a necessidade de acasalamento com um macho. Inaugurada em abril de 2024, no Museu do Banco Central, em Porto da Espanha, Trinidad, esta “Câmara de Cura” busca despertar a consciência ecológica e inter-relaciona o existencial e o transcendental.

Além de explorar a reprodução assexual das fêmeas, a obra se conecta à vibração feminina da Terra. “A Mãe Terra, como vibração feminina, está constantemente reconstituindo suas frequências a fim de manter os Equilíbrios sob controle”, diz ela. Nessa busca, Parthenogenesis “é um processo para atingir a Ascensão”, garantindo que isso seja compreendido como um estado de consciência elevada. Aqui podemos ver que A k u z u r u toma a Terra como um princípio orientador de sua obra – um sistema como o Universo, a Terra, e a forma como a vida se movimenta através do espaço e do tempo.

A prática de A k u z u r u nos convida a reconsiderar não apenas nossa relação com a Terra, mas também com as forças energéticas e espirituais que moldam nossa existência. Sua obra transcende categorias artísticas para se tornar uma forma de ritual, um processo transformador que nos estimula a ouvir, sentir e, em última análise, a nos realinhar com os ritmos mais profundos do planeta. Estes incluem forças multidimensionais, seres humanos, material terrestre, pássaros, baleias, golfinhos, toda vida marinha, o oceano majestoso e extensas vias fluviais.

A k u z u r u é uma artista transdisciplinar de vanguarda, proveniente de Porto da Espanha, Trinidad e Tobago, famosa por sua arte performática imersiva, instalações esculturais e explorações metafísicas.

tumpi flow é uma persona de Miguel “EdKe” Keerveld, do Suriname, que atua em curadoria, arte e coaching. É responsável pela curadoria de manifestações e intervenções artísticas, baseadas em pesquisas que articulam ciência, xamanismo e prática social. 

Tradução: Renata Ribeiro da Silva