Através de 32 retratos realizados pelo fotógrafo Ruven Afanador em colaboração com a artista plástica Ana González, o Museu Santa Clara, em Bogotá, documenta a relação sagrada de comunidades indígenas colombianas com a natureza e os saberes ancestrais. Contemporary And (C&) América Latina visitou a exposição “Hijas del agua” (“Filhas da água”).
Nermagged (“Desenhando”, no idioma dule). Fotografia impressa em papel, com intervenção a tinta, 2018. Foto: Ana Luisa González.
A exposição Hijas del agua (Filhas da água) reúne 32 retratos de mulheres, homens e crianças indígenas do território colombiano cujas comunidades estiveram ilhadas na selva e nas cordilheiras da Colômbia, após cinco décadas de conflito armado no país. A artista plástica Ana González fez intervenções nas fotografias de Ruven Afanador utilizando bordados, tecidos, textos e desenhos em homenagem aos saberes e ofícios ancestrais femininos das comunidades arhuaca (em Sierra Nevada de Santa Marta), wayuu (em Guajira), guna-dule (no Urabá de Antioquia) y misak (no município de Silvia, em Cauca).
As fotos, expostas no Museu Santa Clara, em Bogotá – a igreja de um antigo claustro feminino dos séculos 17 e 18 – dialogam com a iconografia religiosa do período colonial e a tradição do enclausuramento das monjas da Ordem das Clarissas. Esse espaço de confinamento é um elemento comum entre as tradições das indígenas retratadas e das monjas que habitaram o Real Convento de Santa Clara no período colonial.
A exposição reflete sobre a relação dessas comunidades indígenas com a natureza e a preservação da água como fonte de vida. Hijas del agua estará aberta ao público no Museu Santa Clara até o dia 16 de setembro de 2018.
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Negaseredi ("Selva antiga”, no idioma dule). Fotografia impressa em papel, com intervenção em técnica mista, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Putchi ("Palavra”, no idioma wayuu). Fotografia impressa em papel, com intervenção em técnica mista, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Sigwwi (“Pássaros”, no idioma dule). Fotografia impressa em papel, com intervenção a tinta, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Kashi iwa ("Lua de primavera”, no idioma wayuu). Fotografia impressa em tela, com intervenção a tinta, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Ashib ("Olhar”, no idioma misak). Fotografia impressa em papel, com intervenção em técnica mista, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Vista panorâmica da exposição "Hijas del agua” na igreja do Museu Santa Clara, em Bogotá. Foto: Ana Luisa González.
Inaduled (“Pessoa que cura e conhece plantas medicinais”, no idioma dule). Fotografia impressa em papel, com intervenção em técnica mista, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Nermagged ("Desenhando”, no idioma dule). Fotografia impresa em papel, com intervenção em técnica mista, 2018. Foto: Ana Luisa González.
Dudu ("Flor”, no idioma dule). Fotografia impressa em papel, com intervenção em técnica mista, 2018. Foto: Ana Luisa González.