A exposição Histórias indígenas, inaugurada em outubro de 2023, ocupando as galerias do primeiro andar e do segundo subsolo do Museu de Arte de São Paulo (MASP), integra um extenso programa dedicado ao estudo, debate e divulgação de produções visuais e culturais indígenas. Uma particularidade dessa Mostra é que ela reúne diversas populações, brasileiras e estrangeiras, com representações de variados países, desde Peru, Bolívia e Venezuela, na América do Sul; Canadá, Estados Unidos e México, na América do Norte; Austrália e Nova Zelândia, na Oceania; até Escandinávia e o território Sami, que compreendem regiões da Suécia, Noruega, Finlândia e Rússia, na Europa.
Desde 2017, o MASP tem realizado oficinas, palestras, publicações, cursos, seminários, mostras individuais e a contratação de equipes formadas por pesquisadores indígenas para a produção da exposição. Em 2019, foi realizada a primeira contratação de uma curadora indígena: Sandra Benites, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, além de ter sido a primeira profissional indígena contratada pelo MASP, ela foi também a primeira indígena contratada por uma instituição artística no Brasil, o que evidencia o escancarado domínio de tais setores pela branquitude nacional. De origem Guarani Nhandeva, Benites ocupou o cargo entre os anos de 2019 e 2022, quando em maio deste último ano pediu demissão após uma série de situações conflitantes com os seus valores éticos. Após o ocorrido, artistas, pesquisadores e lideranças indígenas se reuniram para acolher a curadora e projetar novas estratégias políticas-artísticas no diálogo com o MASP.