Exposições
18 Agosto 2018 - 16 Setembro 2018
Escola de Artes Visuais do Parque Lage / Rio de Janeiro, Brasil
A exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, fechada e censurada em 10 de setembro do ano passado (no Santander Cultural, em Porto Alegre ), será reaberta no dia 18 de agosto, às 11h, nas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). A aguardada remontagem no Rio contará com 223 obras de 85 artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, como Adriana Varejão, Alair Gomes, Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Efrain Almeida, Guignard, Leoni lson, Lygia Clark, Pedro Américo, Sidney Amaral e Yuri Firmeza. A curadoria de Gaudêncio Fidelis reuniu trabalhos provenientes de coleções públicas e particulares, que percorrem um arco histórico de meados do século XX até a atualidade, formando um mosaico significativo da diversidade estética e geracional da produção artística no país. A Queermuseu é a primeira plataforma curatorial com abordagem exclusivamente queer já realizada no Brasil e a primeira da América Latina com tal envergadura.
História da Exposição
“A diferença é um dos fundamentos do queer, termo de origem pejorativa que teve seu significado transformado nos anos 1980 na luta por direitos civis e movimentos LGBTQIA+. Desde então, queer passou a designar a diversidade e o direito a uma existência fora da norma.”
Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira explora a expressão e identidade de gênero, a diversidade e a diferença na arte brasileira por meio de um conjunto de obras que percorrem um arco histórico de meados do século XX até a atualidade. A exposição reúne 264 obras de 85 artistas, dentre eles: Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Bia Leite, Cândido Portnari, Cibelle Cavalli Bastos, Leonilson, Lygia Clark, Pedro Américo, Roberto Cidade e Sidney Amaral. Provenientes de coleções públicas e privadas, as obras são igualmente representativas da diversidade estética, geográfica e geracional da produção artística do Brasil.
Em sua primeira apresentação realizada no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, a exposição sofreu uma campanha difamatória em redes sociais de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), na qual seus participantes afirmavam que a exposição fazia apologia à pedofilia, pornografia e à zoofilia, além de desrespeito à figura religiosa, por isso ameaçaram boicotar o Banco Santander, que cancelou a exposição. Todas as acusações foram desmentidas pelo Ministério Público Federal, que se manifestou afirmando não haver crime de qualquer espécie tendo recomendado a imediata reabertura da exposição, que não aconteceu.
A exposição seria, então, realizada no Rio de Janeiro, pelo Museu de Arte do Rio (MAR), porém foi censurada por Marcelo Crivella, prefeito da cidade, que declarou em um vídeo que a exposição só aconteceria se fosse “no fundo do mar”.
“Queermuseu se propunha a ser um museu provisório, de caráter metafórico, cujo objetivo é propiciar um campo de investigação sobre o caráter patriarcal e heteronormativo do museu como instituição ao fazê-lo constituir uma plataforma de experiência para exercitar o pensamento de outra forma, ou seja, pensar fora da norma”. Segundo o curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, “é uma exposição fundada na democracia e na visão de um processo de inclusão”.
A Queermuseu no Parque Lage A fim de contrariar a censura imposta, o Parque Lage realizou uma campanha de financiamento coletivo, na qual bateu recorde de maior campanha realizada no Brasil, chegando a marca de mais de 1 milhão de reais e 1678 de participantes.
Inicialmente meta foi fixada em 690.000 reais, após essa primeira etapa a meta foi aumentada mais 2 vezes: a segunda em 890.000 reais e a terceira em 1.000.000 reais, que foi ultrapassada por 81.176 reais, acarretando na ampliação do projeto. Alcançou-se o objetivo para reforma das Cavalariças do Parque Lage, onde ficará hospedada a exposição.
Como recompensa para os apoiadores do financiamento coletivo, foram oferecidos diversos benefícios, dentre eles, camisa com o tema “Quanto mais Queer melhor”, catálogos, obras e múltiplos cedidos gratuitamente pelos artistas: Rosângela Rennó, Nino Cais, Marcos Chaves, Matheus Rocha Pitta, Paulo Bruscky, Guto Lacaz e Carla Chaim.
Abertura: 18 de agosto de 2018 (sábado), às 11h Local: Escola de Artes Visuais do Parque Lage Rua Jardim Botânico, 414 Rio de Janeiro/ RJ Visitação: Segunda a sexta, das 12h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. Até 16 de setembro de 2018.
eavparquelage.rj.gov.br