Nascido em 1973 na cidade de Malanje, a cerca de 400 km de Luanda, o artista Thó Simões dedica-se à pintura, performance, colagem, às artes urbana e digital, bem como a filmes e fotografias. Mas, para evitar qualquer tipo de rotulação de sua multifacetada produção, declara categoricamente: “Meu trabalho não obedece a regras pré-determinadas. É mais fácil dizer que sou apenas artista”.
Investigador nato e curioso por natureza, Simões, que é visto frequentemente nas ruas de Luanda observando e absorvendo tanto a dinâmica e a cultura urbanas, quanto seus personagens, mescla e ressignifica, através de suas criações, elementos das artes tradicionais africanas com os da arte contemporânea urbana global. Segundo o artista, essa metodologia vem da “necessidade de me identificar, pois sou produto de uma sociedade construída à base da colonização. É como se olhasse para dentro de mim e visse que me falta um pedaço. Então vou atrás dele e, nesse processo, busco encontrar fatores comuns entre o passado, o presente e o futuro – uma linguagem que consiga equilibrar tudo o que consigo apreender neste caos de informações”.