A artista Nadia Huggins nasceu em Trinidad e Tobago e cresceu em São Vicente e Granadinas, onde vive atualmente. Suas obras integraram exposições coletivas no Canadá, Estados Unidos, Trinidad e Tobago, Jamaica, Barbados, Etiópia, Guadalupe, França e República Dominicana. Em 2019, foi realizada a exposição Human Stories: Circa no Future (Histórias humanas: aproximadamente sem futuro), com obras suas, na Now Gallery, em Londres. Sua obra faz parte das coleções da The Wedge Collection, em Toronto, da Galeria Nacional da Jamaica e do Museu de Arte das Américas, em Washington DC. Huggins é cofundadora da Revista ARC e da iniciativa One Drop in the Ocean (Uma Gota no Oceano), que tem como objetivo conscientizar sobre os resíduos que poluem os mares.
Esta conversa entre Nadia Huggins e a curadora e pesquisadora dominicana Yina Jiménez Suriel ocorreu, como descreve Jiménez, “dentro e fora da água”, a fim de “exercitar o anfíbio em nossos corpos”.
Yina Jiménez Suriel: Comecei a me relacionar com sua prática em 2016, quando você fez a exposição Fighting the Currents (Lutando contra as correntes), no Museu de Arte Moderna de Santo Domingo, como parte do festival de fotografia Photoimagen. O que você propõe, nas obras que foram exibidas naquela exposição, me fez pensar em como você chegou à arte.
Nadia Huggins: Tudo começou de uma forma muito orgânica. Comecei a notar que, dentro da minha própria prática, ainda não tinha explorado com uma câmera aspectos do mar sob a superfície e quis investigar isso um pouco mais a fundo através da minha lente. Comprei um equipamento para fotografia subaquática e passei a nadar todos os dias, apenas para tentar capturar diferentes aspectos do mar e do meu próprio corpo através dessa experiência. Com o tempo, comecei a construir uma repetição de imagens que me ajudava a criar uma narrativa com a qual eu era capaz de trabalhar. Descobri que a metáfora que os pais caribenhos usam, “não lute contra uma corrente, apenas vá no fluxo”, dialogava com a ideia que eu queria transmitir no meu trabalho. Então comecei a construir um projeto a partir dessa ideia – consegui unir organicamente duas imagens para criar a série Transformations, baseada em centenas de imagens que misturei e combinei para criar as 11 peças finais.