Na abertura da exposição Invisible Inventories recebi uma sacola estampada com a frase “AINDA ESTAMOS PROTESTANDO CONTRA ESSA M*RDA?”, e um zine de 86 páginas que detalhava algumas das pesquisas acadêmicas e exercícios de imaginação realizados pelo Programa Internacional de Inventários (IIP). Os bancos de dados dos 32.501 objetos quenianos identificados em 30 coleções da Europa e da América do Norte graças ao projeto de pesquisa de dois anos do IIP ainda não estão disponíveis ao público, mas a exposição espera abrir a possibilidade de explorar suas descobertas, apesar desse revés burocrático.
Em ambos os lados do espaço expositivo cortinas de papel balançam suavemente ao vento – etiquetas de remessa. Cada etiqueta relata o lugar do objeto no banco de dados sob a classificação “IIP Número do Objeto”, uma descrição do pacote identificando o que é o objeto, algumas notas “antropológicas”, informações de remetente, data de envio e endereço de entrega, permitindo vislumbrar o banco de dados e obter uma estimativa horripilante do que sabemos ter sido perdido.