Mundo da arte

#metoo – para onde vamos de agora em diante?

Desde que a campanha #metoo voltou à tona em 2017 em consequência do escândalo Weinstein, muita coisa foi dita e escrita sobre abusos sexuais. O foco também continua mudando. Ele retornou para a fundadora do #metoo, Tarana Burke, e até para o mundo da arte. Algumas pessoas dizem que ela já foi longe demais; outras, que nem foi longe o suficiente. Alguns dizem que a campanha deveria ser mais inclusiva em relação a mulheres de sociedades não ocidentais, enquanto outros pensam que agora ela deveria se concentrar nos homens. Fizemos a pergunta a diversas mulheres do mundo da arte. Leia suas respostas a seguir:

Diane Lima, curadora

As ferramentas do mestre nunca vão desmantelar a casa-grande.

A declaração de Audre Lorde me leva a pensar que, mesmo com toda a importância, urgência e necessidade desse tipo de campanha e movimentação, nossa energia também precisa se posicionar ao redor da ideia de destituição.

O que caracteriza a posição dos homens em nossas sociedades tecnopatriarcais e hetorocêntricas é que a soberania masculina é definida pelo uso legítimo de técnicas de violência. Como, então, encontrar saídas e traçar caminhos de escape a um regime de masculinidade que é definido necropoliticamente pelo direito dos homens a matar, seja como uma prática de governo, ou como epistemologia em todas as esferas de nossas vidas?

Espero que a campanha continue a ser uma porta de acesso para a discussão sobre a redistribuição de poder, porque não se trata apenas de representação, mas de performance. Precisamos efetivamente desenhar e imaginar o mundo a partir de outra perspectiva.

 

Traduzido do inglês por Renata Ribeiro da Silva.

 

 

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