Com curadoria de Denilson Baniwa e Beatriz Lemos, a exposição Nakoada: estratégias para a arte moderna busca discutir o centenário da Semana de 22, propondo pontos de partida alternativos para refletir sobre o que poderia ser uma produção artística que se engaja com alguns dos ideais modernos, mas escapa de suas armadilhas. Para isso, são apresentadas obras modernistas das coleções do MAM Rio, cerâmicas do acervo do Museu do Índio e trabalhos comissionados de Cinthia Marcelle, Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), Novíssimo Edgar e Zahy Guajajara, além de um trabalho de Jaider Esbell (1979-2021).
O conceito que orienta a curadoria da exposição é o de “Nakoada”, uma estratégia de guerra do povo Baniwa da região do Alto Rio Negro para elaborar novas possibilidades de permanência no mundo. “Nakoada é um gesto de retorno. Seria o momento em que as pessoas que foram alvos de ações externas entendem o poder opressor do outro e agora procuram uma possibilidade de retornar à sua própria autonomia”, explica Denilson Baniwa.
Na exposição, a silhueta de uma cobra serpenteia o Salão Monumental do MAM Rio. “A expografia toma a forma de uma serpente cósmica que não tem começo nem fim. Essa simbologia é recorrente na cosmovisão baniwa e em diversas culturas ocidentais e orientais, do norte e do sul”, observa Denilson Baniwa. “Ela digere a nossa história e carrega, dentro de seu bojo, esse tempo expandido desde antes da colonização.”
Nakoada: estratégias para a arte moderna
Visitação até 29 de janeiro de 2023
MAM Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85. Aterro do Flamengo.
Rio de Janeiro/RJ, Brasil