C&AL: Quando e como surgiu a ideia de criar o Projeto Afro? O que você pretende com essa iniciativa?
DA: O Projeto Afro nasceu do desejo de reunir, em um só local, todo um conteúdo voltado para a discussão de temas da arte afro-brasileira, com foco nos trabalhos de artistas negros/as/es, tornando esses nomes ainda mais conhecidos por parte do público – seja este ligado às artes ou não. Foi há três anos que o Projeto Afro começou a tomar forma, quando fui delineando o esboço do que hoje é a plataforma. Em 2018, coloquei esse conteúdo nas redes sociais e comecei a publicar um pouco do que vinha pesquisando. No ano seguinte, lancei uma chamada pública para receber portfólios de artistas emergentes de todas as regiões do país. Recebi 157 arquivos até o lançamento do site em junho de 2020. Foi quando entendi que não conseguiria encontrar tais artistas nos livros, catálogos e textos que já conhecia. Era imprescindível incluí-los no Projeto, colocando-os ao lado de artistas de décadas e séculos passados, sugerindo um paralelo entre narrativas, temas, técnicas e datas.
O projeto do site, que vem sendo construído há um ano, é realizado de forma independente. Esse processo longo foi extremamente importante para criar uma plataforma de fácil acesso e navegabilidade. Após seu lançamento, um grande número de artistas quis fazer parte dessa ação coletiva. Esse retorno é muito significativo. Atualmente, estou organizando os novos conteúdos que não paro de receber, ampliando o mapeamento inicial com novos nomes de todas as regiões do país.