C&AL: Como você chegou à arte?
Tiffany Alfonseca: Desenho e pinto desde os três anos. Minha mãe sempre quis que eu fosse artista. Ela é uma mulher muito criativa, encantada pelas cores, pelos brilhos. Eu puxei o lado artístico dela. Minha mãe não desenha, nem pinta, mas a arte sempre esteve presente em tudo que ela faz: na cozinha, na decoração da casa. Este apartamento sempre esteve cheio de cores, de objetos por todos os lados, tem muita personalidade. Estudei desenho de moda na escola secundária Fashion Industries, em Nova York. Depois estudei dois anos no Fashion Institute of Technology, mas minha carreira focava na área de negócios, e eu buscava algo que estimulasse meu lado mais artístico. Eu me formei na School of Visual Art. Ali encontrei um espaço que me fez crescer como artista.
C&AL: Que temas você tem interesse em examinar no seu trabalho como artista?
TA: Para mim é muito importante incorporar em meu trabalho a cultura afro-latina. Nunca aprendi nada sobre isso. Quando era menina, não vi isso nem em pinturas nem em desenhos. Quero desenvolver um trabalho artístico pensando nas próximas gerações, e dessa forma desejo proporcionar a elas algo em que elas possam se enxergar, ou alguma coisa com que elas possam se relacionar. O problema é que nós, os afro-latinos nos Estados Unidos, crescemos aprendendo sobre a arte estadunidense, e sobretudo sobre a arte branca. Nunca aprendi nada sobre Black art ou Latino art, até um par de anos atrás. Sinto que foi isso que impulsionou meu trabalho: representar o afro-latino. É algo que ainda não tem uma grande representação.