36ª Bienal de São Paulo

Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática

A Fundação Bienal de São Paulo anuncia o título, o conceito curatorial, os parceiros e a identidade visual da 36ª Bienal de São Paulo, que acontecerá a partir de setembro de 2025 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo.

Convergências globais

Como parte essencial de sua proposta curatorial, a 36ª Bienal de São Paulo contará com as Invocações: encontros com poesia, música, performance e debates que ecoam as ideias centrais da exposição, investigando e compreendendo noções de humanidade em diferentes geografias. A série de encontros é fruto de relacionamento com instituições culturais e precede a realização da mostra paulistana.

O ciclo incluirá conversas, palestras, oficinas e performances em quatro localidades. Os dois primeiros eventos, apresentados ainda em 2024, acontecerão em Marrakech, Marrocos, e Les Abymes, Grande-Terre, Guadalupe. O primeiro encontro se dará no Le18 e na Fondation Dar Bellarj, liderados por Laila Hida e Maha El Madi, enquanto o segundo será realizado em Lafabri’K, liderado por Léna Blou. Em 2025, acontecerão as últimas duas Invocações, em Zanzibar, Tanzânia, e no Japão, em instituições que serão oportunamente anunciadas.

A primeira Invocação, intitulada “Souffles: On Deep Listening and Active Reception” [Souffles: Sobre escuta profunda e recepção ativa], a ser realizada em 14 e 15 de novembro em Marrakech, será uma deliberação sobre três tópicos: a precariedade da respiração, as culturas Gnawa e Sufi, e a escuta como uma prática de coexistência.

A segunda Invocação, intitulada “Bigidi mè pa tonbé!” [Balança mas não cai!], acontecerá entre 5 e 7 de dezembro em Les Abymes, Guadalupe, e refletirá sobre a inteligência do movimento dos corpos entre a ruptura e a adaptação para manter o equilíbrio em movimento em tempos de crise.

A terceira Invocação, que será realizada em fevereiro de 2025, em Zanzibar, recebeu o título “Mawali-Taqsim: Improvisation as a Space and Technology of Humanity” [Mawali-Taqsim: A improvisação como espaço e tecnologia da humanidade]. O encontro se baseia na percepção do taarab não apenas como um ritmo, mas como uma construção de encontros e múltiplas trocas que o território da Tanzânia e o Oceano Índico têm promovido.

A quarta e última Invocação, programada para março de 2025, no Japão, é intitulada “The Uncanny Valley or I’ll Be your Mirror” [O vale da estranheza ou eu serei seu espelho], traz reflexões e encontros sobre as dinâmicas do afeto entre humanos e não humanos, pessoas e máquinas, em um exercício de construção de coexistências, interações, distâncias e proximidades.

Esses encontros funcionarão como afluentes, convergindo para o corpo principal da36ª Bienal em São Paulo, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo.

Outro importante afluente da 36ª Bienal de São Paulo será a Casa do Povo, em São Paulo, um centro cultural que revisita e reinventa as noções de cultura, comunidade e memória. Ela abrigará um programa de performances desenvolvido por Benjamin Seroussi (diretor artístico da Casa do Povo) e Daniel Blanga Gubbay (diretor artístico do Kunstenfestivaldesarts). Novos afluentes serão anunciados em breve.

Identidade visual

O estúdio berlinense Yukiko, fundado por Michelle Phillips e Johannes Conrad, é o responsável pela identidade visual da 36ª Bienal. Reconhecido por seu estilo experimental, o estúdio traz uma abordagem que dialoga diretamente com o conceito curatorial dessa edição, criando uma experiência visual e gráfica que reforça o papel da escuta e a ideia de confluências a partir da imagem do estuário.

bienal.org.br

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