A exposição “Manglaria: raízes e fixações”, em Cali, na Colômbia, reúne diferentes pontos de vista sobre o território e a representação afro e indígena por meio de uma seleção de 28 trabalhos que buscam repensar a região do pacífico colombiano. C&AL visitou a mostra.
Christian Velásquez, Demência agrícola, 2019.
A exposição Manglaria: raízes e fixações busca abrir um diálogo entre 25 artistas, dentre eles um coletivo, com o intuito de explorar os vínculos com o sagrado e o ritualístico, o arquivo, a memória, a identidade, a representação afro, indígena e mestiça na Colômbia. A partir da fotografia, vídeo-instalação, escultura, arte figurativa, sonora e performance se entrelaçam propostas que questionam os estereótipos, os vazios e as contradições na base das narrativas de um país racista.
A mostra é fruto da sementeira de Litoralidades, um grupo de pesquisa-criação liderado pelos artistas colombianos Fabio Melecio Palacios e Henry Salazar, que fizeram a curadoria, seleção de obras e expografia da exposição, que ocorre em um local não convencional, a Casa Obeso Mejía, do Museu La Tertulia, em Cali. Neste espaço, o visitante pode dialogar com o passado da casa, já que podem-se ver as obras na cozinha, no banheiro, nos quartos e nos jardins. Abre-se, assim, uma conversa inquietante e necessária que, a partir das artes plásticas e visuais, questionam as formas de enunciação do território do litoral pacífico.
O título da exposição, “Manglaria”, é uma alusão a um espaço simbólico específico da geografia do pacífico colombiano, em que se entrelaçam uma pluralidade de vertentes e caminhos artísticos para falar do presente, do passado e do futuro do complexo universo criativo da região e sua relação com questões políticas e sociais.
Manglaria: raízes e fixações: 15 de agosto – 13 de setembro na Casa Obeso Mejía, Avenida 4 Oeste No. 4-59, Cali, Colômbia. De terça a sábado de 10h às 19h, aos domingos de 14h às 18h.
Fotos e texto de Ana Luisa González.
Carmenza Banguera, Etnomercantilismo #1, 2015.
Jordan Ramírez, Chamado ao perdão em R menor sustenido, 2018.
Vista geral, Juan Durán, Fósseis tecnológicos, 2019.
Angie Montenegro, Leve declive do cotidiano, 2019.
Vista geral, Edgar Álvarez, Temas e temas, 1977 e Margarita Ariza, Arquivo Branco Porcelana.
Andrea Payán, Pele canela, 2019.
Ximena Vásquez, Anase 2016-2018.