C&: Quais são as possíveis estratégias de engajamento com a coleção de formas produtivas?
YD: Para nosso aniversário de 40 anos convidamos Pratchaya Phinthong da Tailândia. Passamos dois dias mostrando a ele o museu, nossa coleção e apresentando a ele nossa história. Pouco antes de ele ir embora, ele nos perguntou sobre os incidentes que ocorreram no réveillon de 2015. Essa questão na realidade se tornou seu projeto. Organizamos eventos e discussões com refugiados em suas casas temporárias, o que, considerando todas as dinâmicas de poder envolvidas, foi muito difícil. Para Pratchaya esses encontros se tornaram a parte mais importante do trabalho. Por meio de conversas ele quis entender o que tinha acontecido ali.
C&: Você também criou recentemente uma vaga de pesquisa ligada à coleção, destacando narrativas ausentes. Você poderia nos contar um pouco mais a esse respeito?
YD: Com a Terra Foundation for the Arts organizamos uma vaga no museu que nos ajuda a reavaliar a arte norte-americana em nossa coleção até os anos 1980. Nossa pesquisadora Janice Mitchell dá uma olhada nos trabalhos por uma perspectiva pós-colonial, queer e feminista, o que quer dizer identificar várias lacunas. Se você olhar para o Pollock, por exemplo, é interessante olhar para suas influências e como contextualizar seu trabalho para além do fato de ele ser o heroico cara de Clement Greenberg.
C&: Qual a visão de futuro do Museu Ludwig?
YD: Quero que o Museu Ludwig seja um museu local e que, ao mesmo tempo, se situe em um contexto global para um público diverso. Até agora, nosso público tem sido uma classe média branca. Mas quero um público mais amplo e que sejamos relevantes para eles. Nós debatemos sobre problemas sociais, políticas e questões do dia a dia que não preocupam só a uma camada social.
Yilmaz Dziewior é diretor do Museu Ludwig, em Colônia, desde fevereiro de 2015. Nascido em 1964 em Bonn, ele estudou História da Arte e Arqueologia Clássica em Bonn e Londres.
Magnus Elias Rosengarten é um escritor e artista que vive atualmente em Los Angeles.
Traduzido do inglês por Raphael Daibert.