C&AL: “O Caribe” como zona geográfica é marcado por diferentes línguas e histórias nacionais diversas. Ainda assim, a Iniciativa de Arte Caribenha está se encarregando de um mandato para criar intercâmbios artísticos e culturais em toda a região. Com esse mandato de amplo alcance, quais problemas e possibilidades vocês já estão antecipando?
AK: Problemas? Talvez na comunicação e em como navegar o terreno. Sou uma pessoa muito positiva de forma geral, então não estou olhando para essas questões como problemas, mas mais como experiências de aprendizado. Esta é minha primeira forma de aproximação. E é assim que nos aproximamos da região, senão você fica preso em alguma coisa. Quanto a soluções, o caminho mais feliz e fundamental é encontrar a base para um diálogo comum. A nova geração já tem isso. Existem muitos artistas que estão se engajando em projetos entre as ilhas, como o Caribbean Linked. Creio que arte e cultura dentro do Caribe serão o veículo para que as ilhas tenham uma voz conjunta.
C&AL: Aqui na Suíça muitas novas iniciativas artísticas surgiram no calendário social de junho de 2019 para aproveitar o momento e o público que a Art Basel traz. Refiro-me a paper positions, photo basel e Zurich Art Weekend. Quais ideias futuras vocês estão tendo para os artistas caribenhos durante a semana da Art Basel?
AK: É crucial estar presente em plataformas globais como a Bienal de Veneza ou a Art Basel; e lutar para estar lá e ter uma voz, pois acredito ser injusto ser deixado de fora da mesa da comunidade artística global. A vantagem que temos com a Iniciativa de Arte Caribenha é uma forte rede internacional. Metade de nossa rede não é do Caribe, mas de fora da região. É isso que nos faz fortes em termos de intercâmbio cultural. Durante esses grandes eventos internacionais como a Art Basel, a gente tenta criar um ponto de encontro para discussão, para que as pessoas saibam onde podem se encontrar. Em Veneza fizemos o Salão de Arte do Caribe, que incluiu uma reunião dos artistas caribenhos que estavam participando da Bienal e uma discussão relacionada ao evento. Senti-me muito encorajada e inspirada pelo retorno positivo. É um formato que é muito fácil de adaptar. Estamos tentando achar os parceiros certos no momento. Na Art Basel fizemos um café da manhã para conscientizar as pessoas a apoiar esta instituição de longo prazo, sem fins lucrativos. Não conseguimos fazer isso sozinhos.
Ramatu Musa, que fez esta entrevista, é uma escritora, editora e crítica cultural que vive na Suíça.
Traduzido do inglês por Raphael Daibert.