O Paris Album 1900 (Álbum parisiense 1900), de W.E.B. Du Bois, viajou para a África do Sul pela primeira vez. Apresentando imagens de uma classe média negra nos Estados Unidos pós-escravidão, a coleção articulou algumas estratégias de documentação antropológica, os sujeitos, porém, foram dignificados, vestidos em trajes modernos, expressando como se veem como pessoas emancipadas, enquanto corrigem o discurso da representação colonial.
A importância dessa exposição foi o fato de lidar com o arquivo na qualidade de ferramenta colonial no contexto do pós-colonialismo. O resultado foi um discurso que procurou descobrir de onde emanam os aspectos da representação, quem tenta se beneficiar com essas imagens ressuscitadas, e como elas fornecem informações sobre o cuidado curatorial. No coração de tudo está um estabelecimento que registra o encontro entre duas comunidades e pretende reexaminar o posicionamento da curadoria, a fim de questionar os métodos de representação tradicionais e históricos.
Themba Tsotsi é escritor freelancer, mora na Cidade do Cabo e escreve principalmente sobre artes visuais. Ele se graduou na Universidade do Cabo Ocidental em 2006, com o título de bacharel honorário em Inglês e Estudos Culturais em 2006. Foi membro fundador do Gugulective e publicou recentemente seu primeiro livro, intitulado “Art Movements and The Discourse of Acknowledgements and Distinctions” (Movimentos de arte e o discurso de reconhecimentos e distinções, Vernon Press).
Traduzido do inglês por Renata Ribeiro da Silva.