C&: Desde 2008 você dá aulas no Hampshire College, em Amherst, e você também deu aulas na Alemanha e em Gana. Quais são os desafios específicos em ensinar alunos nos EUA? E quais são as principais diferenças entre seus alunos nesses diferentes países?
DKS: As diferenças são bastante significativas. O Hampshire College é uma faculdade liberal de artes e, portanto, exige que os alunos cumpram certos requisitos humanísticos ou holísticos. Os alunos que escolhem se concentrar nas artes visuais devem fazer um número específico de aulas ou seminários em ciências sociais, ciências humanas e ciências naturais. Eu exijo dos alunos que se concentram em artes de estúdio com os quais trabalho que façam cursos críticos de teoria da arte, história da arte, filosofia e estudos culturais. No Hampshire College, cada aluno desenvolve seu próprio currículo com a ajuda de dois membros do corpo docente escolhidos por eles e que, às vezes, são de áreas muito diferentes. Trabalhei com colegas em estudos africanos para desenvolver um currículo em teoria racial crítica e arte de instalação para um aluno, por exemplo. Também trabalhei com um professor de química para desenvolver um currículo para um aluno interessado em produzir tintas artesanais. Essas cooperações com colegas professores e com estudantes podem ser muito inspiradoras e nunca são iguais. Também acontece, às vezes, de surgir na sala de aula uma certa mentalidade consumista, que frequentemente está relacionada às altas mensalidades e taxas de estudo que os alunos e suas famílias precisam pagar em instituições de ensino superior nos EUA. Embora a relação professor-aluno possa ser bastante desafiadora em universidades ou academias de arte alemãs, as instituições ali têm uma estrutura profundamente diferente e, portanto, não são realmente comparáveis com uma faculdade liberal de artes nos EUA.