C&AL: Como vocês desenvolveram a estrutura temática do festival deste ano?
Annabel Guérédrat e Henri Tauliaut: Assim como na primeira edição de 2017, a edição do FIAP2019 Martinica não girou em torno de um único tema. No entanto, existem dois detalhes importantes neste ano:
AG: Como curadores, Henri e eu encorajamos os artistas a fazer um intercâmbio, um encontro. Estimulamos novas colaborações, novas interconexões e redes não institucionais entre os artistas da Martinica e os que virão de fora. Assim, oferecemos aos participantes a oportunidade de formar pares com outros artistas, a fim de criar um duo de perfomance in situ em ambiente externo (em um laboratório de pesquisa e investigação situado em ambiente natural perto da praia na ponta sul da ilha, na Savane des Pétrifications) e interno, no Fort de France.
HT: Durante uma oficina criativa de um dia, convidamos e estimulamos debates científicos entre pesquisadores, acadêmicos, artistas, críticos de arte, curadores, ativistas e o público, com o intuito de abrir caminhos de reflexão sobre a importância da performance na arte, seu lado subversivo e os tabus que são questionados por meio desse gênero artístico.
C&AL: Vocês poderiam contar um pouco mais sobre a seleção dos artistas?
AG: Não houve uma chamada aberta. Henri e eu selecionamos para participar artistas de quem já somos amigos, já que somos parte de uma mesma grande família de performers. Admiramos o trabalho deles, que já vimos em apresentações ao vivo, durante residências artísticas de que participamos em todo o mundo ou em festivais para os quais já fomos convidados. Muitos dos artistas que selecionamos lidam com questões ecológicas, com questões de identidades queer ou com questões pós-coloniais.