A exposição articula a história do funk para além da sua sonoridade, também evidenciando a matriz cultural urbana, periférica, sua dimensão coreográfica, suas comunidades e seus desdobramentos estéticos, políticos e econômicos.
Vista da exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, Museu de Arte do Rio, 2023/2024. Foto: Divulgação
Está em cartaz, no Museu de Arte do Rio (MAR), a exposição FUNK: Um grito de ousadia e liberdade, com curadoria da equipe do MAR juntamente com Taísa Machado e Dom Filó.
A exposição conta com duas salas. A primeira dedica-se ao soul, movimento de música importada dos anos 1970 e 1980, que ganhou repercussão no Brasil e influenciou também o consumo de moda. “É uma estética que vira consumo. Tem a presença de pessoas que tinham acesso a equipamentos, compravam discos importados e começavam a fazer grandes equipes de som para tocar nas festas. Eram essas festas, feitas em clubes de bairros, que precederam o funk de hoje”, explica Marcelo Campos, curador-chefe do MAR. A segunda sala é dedicada ao baile de favela, que hoje constitui, na opinião do curador, uma das maiores forças de produção artística carioca e nacional.
A exposição também apresenta a presença do funk nas mais variadas práticas culturais, com especial atenção às artes visuais, para as quais o funk foi uma referência estética, de resistência política, de alteridade e de forma.
FUNK: Um grito de ousadia e liberdade pode ser visitada até agosto de 2024, no Museu de Arte do Rio, no Rio de Janeiro.
Museu de Arte do Rio Praça Mauá, 5 – Centro Rio de Janeiro/RJ – Brasil Visitação: de quinta-feira a domingo, de 11hs às 18hs (última entrada às 17hs)
museudeartedorio.org.br
Eu só vou rir quando eu quiser, parte da exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, Museu de Arte do Rio, 2023/2024. Foto: Divulgação
“Mergulhamos na história dos bailes constituídos por lonas, instalados em vários lugares, mas sempre dentro das comunidades”, conta Marcelo Campos.
Gê Viana, parte da da exposição “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, Museu de Arte do Rio, 2023/2024. Foto: Divulgação
“Trazer o funk para dentro do MAR é reconhecer que ele já ganhou o mundo ao ter se internacionalizado como estilo musical que dialoga com muitas vozes e representa nossa cultura diversa, inquieta, ousada e livre”, afirmou Leonardo Barchini, diretor e chefe da Representação da Organização de Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) no Brasil.