C&AL: O terceiro projeto, intitulado Museu Afrovivente, é uma peça performática, a partir da qual são resgatadas as mulheres afrodescendentes do continente americano. Vocês poderiam nos falar sobre esse projeto?
HI: Trata-se de uma visita guiada pela reconstrução da história de 13 mulheres afrodescendentes das Américas, a quem tentamos dar visibilidade a partir de nossa corporalidade negra, mantendo distância do discurso branco eurocêntrico. A ideia de pluralidade marcou esse projeto desde o início: as 13 mulheres que fazem parte do Museu são de lugares distintos. Destaca-se a diversidade de corpos, gênero, identidades sexuais, mas também de trabalho etc. Para este projeto, convidamos mulheres negras do interior do país e até de fora do Uruguai, que puderam dar voz às personagens negras de seus respectivos países.
O que nos unifica é perceber que a experiência de vida de cada uma delas é atravessada pela militância contra o racismo a partir de frentes distintas.
C&AL: Como os diversos públicos reagem ao Museu Afrovivente?
HI: Em geral, a maioria das pessoas que tem assistido às apresentações do Museo Afroviviente vem apoiando o trabalho. Sobretudo mulheres ativistas e militantes têm saído muito entusiasmadas da performance. Em Cerro Largo, um departamento localizado no norte do país, onde a população afrodescendente convive com uma estrutura racista e homofóbica bastante arraigada, muitas pessoas brancas assistiram à apresentação e, para nossa surpresa, reconheceram que são necessárias mais intervenções desse tipo, a fim de desmontar as estruturas dominantes.
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