Homens, mulheres, sujeitos negros em Cuba enfrentaram a segregação econômica e social, a negação de suas identidades, o domínio colonial e o apagamento étnico para garantir a sobrevivência de suas culturas, saberes e subjetividades. El pasado mío acolhe esse legado, fala dessa ferida que não se fechou ao longo do tempo, reencarnada nos racismos vigentes, onde as marcas da discriminação são constantemente reforçadas na pele de quem ainda não escapou da lateralidade.
No contexto cubano atual, as desigualdades são reproduzidas nos grupos afrodescendentes que não conseguem se emancipar para além de seus limites, que habitam um espaço de onde são excluídos devido às condições reais de mobilidade social e à crescente lacuna da desigualdade. Nesse contexto, a exposição torna visíveis processos e vozes silenciadas para que o presente, sempre fabricado em relação ao passado, se ilumine e abrace sua descendência.
A exposição El pasado mío abriu no dia 16 de setembro e pode ser visitada até o dia 21 de dezembro de 2022 na Galeria Ethelbert Cooper de Arte Africana e Afro-americana do Centro Hutchins, Universidade de Harvard, Estados Unidos.
Elizabeth Pozo Rubio é graduada em História da Arte pela Universidade de Havana. Ela escreve e pesquisa sobre a arte cubana. Atualmente cursa o mestrado em Estudos Culturais da América Latina na Universidade de Buenos Aires.
Tradução: Renata Ribeiro da Silva