A partir desse lugar e de seu entorno, foram tecidas relações com múltiplos atores sediados no Pacífico, como o Coletivo de Comunicações em Puja, o Conselho Comunitário de Los Riscales, organizações artísticas e comunitárias de Nuquí (e especificamente de Coquí), a Corporaloteca da Universidade Tecnológica de Chocó, a Fundação Mareia, a Corporação Motete, o coletivo audiovisual Puerto Creativo, a Escola Taller, de Buenaventura, Tura Hip Hop e Yemayá, entre outros. Por sua vez, organizações de outras regiões e cidades colombianas fazem parte desse lumbung que converge, às vezes pessoalmente às vezes através de ideias e colaborações, na selva, no rio Atrato e no mar Pacífico.
Talvez a melhor maneira de entender o que essa forma de trabalhar representa esteja nas palavras de alguns dos participantes. Fausto Moreno, morador de Coquí, diz: “Para nossa comunidade, este projeto é muito valioso, porque tornou visível a importância da preservação de nossos valores e de nossa ancestralidade. Ele nos deu a facilidade de entender que a arte pode ser feita de baixo para cima, que qualquer pessoa pode fazer arte. Também conseguimos potencializar todas essas estratégias artísticas que temos e que nunca acreditamos ser arte. Atividades como a pesca, a agricultura, o artesanato e a culinária são um sistema artístico que nos permite entender a idiossincrasia e a história de cada comunidade”.
Jhoan David Paredes estuda Cinema em Cuba e é diretor audiovisual do coletivo Puerto Creativo (Porto Criativo). Sobre sua participação nesse lumbung Pacífico, ele diz: “A MAMA apoia os processos do coletivo Puerto Creativo e iniciou em 2017 o projeto Postales del futuro (Cartões-postais do futuro), que visa criar uma ponte de comunicação audiovisual entre Nuquí e Buenaventura. Então me matriculei em uma escola de Cinema em Cuba e a MAMA patrocinou todo o meu processo de estudo”.
A inclusão da Más Arte Más Acción na documenta 15 significa, então, um convite extensivo a todos os atores desse lumbung.