Exposições
11 Fevereiro 2021 - 30 Abril 2021
Galeria Luisa Strina / São Paulo, Brasil
Marepe. Foto: Diculgação
Um conjunto de 20 obras em diferentes linguagens marca a quinta exposição individual de Marepe na Galeria Luisa Strina e faz uma elegia à MPB e à possibilidade de festejar num futuro próximo uma realidade transformada
Apesar de ter sido realizada alguns anos atrás, a pintura A Festa (2017), de Marepe, ganhou novos significados após a experiência global com a pandemia de Covid-19: segundo o artista, uma festa que acontece dentro de um apartamento, a que comparecem apenas duas pessoas, que são um casal e, portanto, festejam em família no ambiente confinado de casa, é um retrato do que viria a se tornar a normalidade de uma festa possível. Só pessoas de um mesmo círculo de convivência diária num ambiente isolado e doméstico. “Minha relação com a minha casa se transformou muito durante todos os meses de confinamento. Assim como deve ter ocorrido com muita gente, eu precisei me voltar a afazeres com os quais não tinha preocupação antes, já que não tínhamos mais ajuda em casa. E esse voltar-se para a casa, debruçar-se sobre as minúcias da domesticidade, os mínimos detalhes e cantos do nosso próprio habitat, despertou novos olhares sobre esse entorno. Descobri tanta coisa sobre a minha casa e hoje posso dizer que a conheço melhor do que nunca”, conta Marepe.
A Festa é a primeira obra que o visitante de Aglomerado Mergulho vê ao entrar no espaço algo labiríntico que o artista desenhou para a montagem de sua quinta individual na Galeria Luisa Strina. “Não gosto de fazer exposições muito abertas, sem painéis dividindo o espaço e criando espaços mais íntimos ou marcadamente diferentes, porque gosto da cadência de ir descobrindo as obras aos poucos, como se uma história estivesse sendo narrada.”
A narrativa que Marepe construiu para esta mostra reúne linguagens diferentes, uma marca registrada da pesquisa do artista: pintura, escultura, desenho, instalação, fotografia, colagens e assemblages se organizam no espaço sem hierarquia entre os suportes, que é como ele pensa a sua obra, nenhuma linguagem tendo maior importância que outra.
Galeria Luisa Strina Rua Padre João Manuel 755 01411-001 São Paulo/SP Horário de visitação: De segunda à sexta das 11h às 18h. Sábados das 11h às 17h.
www.galerialuisastrina.com.br