Exposições
04 Setembro 2021 - 26 Novembro 2021
Simone Cadinelli Arte Contemporânea / Rio de Janeiro, Brasil
PV Dias, Assistindo vídeo. Da Sequência: Festa Silenciosa. Acrílica sobre Papel, 24 cm x 24 cm, 2021. Foto: Divulgação.
Está em cartaz, na Galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, a exposição “Desarmonia”, com trabalhos recentes e inéditos do artista PV Dias (Belém, 1994), em que faz uma crônica visual do movimento popular tecnobrega, com suas festas futuristas, e gigantescas aparelhagens cinéticas.
O curador Aldones Nino destaca que “esta é a primeira exposição individual de PV Dias e está marcada pela presença pictórica”. Conhecido pelas intervenções digitais em fotografias de paisagens urbanas, como as cinco obras da série “Obras Cariocas”, que integraram a exposição “Casa Carioca” (MAR, setembro de 2020 a agosto de 2021), PV Dias mostrará pela primeira vez suas pinturas digitais, pinturas sobre papel e sobre tela, e animações. Estão também na exposição intervenções sobre registros históricos do fotógrafo português Felipe Augusto Fidanza (c. 1847 – 1903), uma referência entre os que atuaram no Norte do Brasil no século 19 e no início do século 20.
Na vitrine da galeria há uma instalação, acompanhada de uma trilha tecnobrega feita especialmente para o local pelo cantor, performer e produtor musical Will Love, que em 2019 participou do Rock in Rio.
No térreo da galeria estão reunidas as pinturas da pesquisa recente de PV Dias sobre a visualidade do movimento tecnobrega, com suas “festas de aparelhagens”, surgidas na década de 1980, mas que ganharam a forma atual há pouco mais de vinte anos. O artista conta que tem se interessado muito “sobre os elementos imagéticos dentro dos movimentos estéticos que vão do Norte, e de parte do Nordeste, para o Sudeste do país”. “Neles, me debruço em uma série de figuras como botas, roupas e penteados de cabelo, que assim como milhares de trabalhadores, vieram do Norte e chegaram ao Sudeste.
Três animações digitais também estão no segundo andar: uma projeção, outra colocada em um display, e outra impressa, que é ativada ao se passar por cima um celular, com um filtro do Instagram criado pelo artista.
Nascido e criado em Belém, PV Dias foi para o Rio de Janeiro em 2016, onde mora a mãe carioca. Trabalhava ao mesmo tempo em que cursava pintura a óleo, e foi por necessidade – a falta de tempo de conciliar as duas atividades – que começou a fazer “pintura digital”. Passou a desenvolver seus projetos com celular, nas mídias sociais.
Aldones Nino observa que “a linguagem digital usada por PV Dias é potencializada pelo aumento massivo do uso de ambientes virtuais”. “Sua produção se insere na cena contemporânea desordenando o acervo de imagens que tradicionalmente foram usadas na construção da história oficial. A pesquisa atual de PV Dias se aproxima da recente produção paraense, que trabalha a paisagem Amazônica e a representação das subjetividades e dos corpos dissidentes, oferecendo outras perspectivas frente aos variados fenômenos do presente”, explica o curador.
Simone Cadinelli Arte Contemporânea Rua Aníbal de Mendonça, 171, Ipanema. Rio de Janeiro/RJ
www.simonecadinelli.com