Através de 120 obras, a exposição “Retrospectiva Beatriz González 1965-2017” no Instituto de Arte Contemporânea KW de Berlim explora as obras executadas ao longo de cinquenta anos por uma das artistas mais emblemáticas da Colômbia. Contemporary And América Latina (C&AL) visitou a exposição.
Beatriz González, Decoración interior, 1981.
Retrospectiva Beatriz González, plano geral da exposição no KW, com ready-mades dos anos setenta.
Beatriz González, Columbarios, da série Los Cargueros, 2007-2008.
Beatriz González, Contra-paeces, 1996.
Beatriz González, La ultima mesa, 1970.
Retrospectiva Beatriz González, plano geral da exposição no KW e interpretação de Almoço na relva de Manet.
Beatriz González, 1/500, 1992.
Beatriz González, El silencio, Autorretrato desnuda llorando e El paraíso, 1997.
Os poucos elementos dos quadros de Beatriz González são o bastante para satirizar a cultura de massas e retratar a história vivida por ela na Colômbia. Nascida em 1938 em Bucaramanga, desde o início de sua carreira, a artista se inspirou nas fotografias publicadas na mídia. A obra Los suicidas del Sisga No. 2 (1965) surgiu a partir da notícia de um casal que se suicidou. A artista transformou a foto que ambos tiraram antes de morrer num ícone. Já quando reproduziu a cena de um evento social presidido pelo então presidente colombiano Julio César Turbay no início da década de 1980, tinha uma intenção diferente. A jovialidade de Decoración interior (1981), imagem de arte pop que retrata Turbay bebendo e rindo na companhia da classe alta, constrastava com o aumento da violência na Colômbia da época.
Quando a ironia não é suficiente como gesto político, Beatriz González recorre à repetição. A série Los cargueros (2007-2008) reproduz a silhueta de dois homens carregando um cadáver numa rede, e, em Las delicias (1997), as imagens de mulheres chorando são uma constante.
No Instituto de Arte Contemporânea KW de Berlim, a obra de González – um dos nomes mais importantes na história da arte colombiana – é organizada tematicamente. A sutileza de seu humor aparece no salão central do edifício, com ready-mades como La última mesa (1970), uma reprodução pop/kitsch de La última cena de da Vinci.
Esta é a maior exposição da artista já realizada no exterior e fica em cartaz até o dia 6 de janeiro de 2019.
Beatriz González – Retrospectiva 1965–2017
Fotos e texto de Cristina Esguerra, jornalista cultural colombiana.