Exposiciones
25 enero 2020 - 26 julio 2020
Museu Afro Brasil / São Paulo, Brasil
GUTA GALLI - O Guerreiro, Série Mehrere Mex – Gente que estende sua beleza, 2009. Índios Kayapó da Vila de Kriny, Pará. Coleção da artista.
Está em cartaz no Museu Afro Brasil, a exposição Heranças de um Brasil profundo, que reúne mais de 500 objetos entre obras de arte e utensílios da cultura material indígena de raiz brasileira. A mostra encerra a trilogia de exposições as quais a instituição vem se dedicando nos últimos anos ao iluminar as contribuições artísticas e culturais dos povos que deram origem ao Brasil. A trilogia teve início com Africa Africans, em 2015, e foi seguida por Portugal, Portugueses – Arte Contemporânea, em 2016.
Com curadoria de Emanoel Araujo, Heranças de um Brasil profundo reúne arte plumária, adornos, máscaras, fotografias, esculturas, utensílios e arte contemporânea de povos indígenas como: Karajá, Marubo, Kayapó, Mehinako, Yanomami, Rikbaktsa, Tapirapé, Waurá, Tapayuna, Baniwa, Ashaninka, Parakanã, Panará e Juruna.
Entre os artistas indígenas contemporâneos presentes na exposição está o jovem Denilson Baniwa, do povo indígena Baniwa e natural do Rio Negro, interior do Amazonas. Vencedor do prêmio PIPA Online 2019, o artista apresentará três trabalhos na exposição, entre eles uma pintura inédita, realizada nas paredes internas do Museu Afro Brasil.
Outro destaque da mostra é a Casa dos Homens, construída por um grupo de quatro indígenas do povo Mehinako (Yuta, Itsaukuma, Kauruma e Wapitsewe Mahinako), um dos muitos habitantes da região conhecida como Alto Xingu (englobada pelo Parque Indígena do Xingu).
Heranças de um Brasil profundo apresenta ainda um premiado grupo de fotógrafos e fotógrafas que se dedicaram (ou ainda se dedicam) a documentação de populações indígenas brasileiras, como Claudia Andujar, Rosa Gauditano, Maureen Bisiliat, Nair Benedicto, Manuel Rodrigues Ferreira, Rodrigo Pretella, Jamie Stewart-Granger, entre outros.
A exposição que ocupa todo o subsolo do Museu Afro Brasil exibe também um destacado grupo de peças de valor antropológico. São obras da arte que compõe o rico universo do fazer artístico de diferentes grupos indígenas brasileiros em suas representações zoomorfas de apelo artístico e cultural. Sua cultura artística, especialmente o trabalho com a cerâmica e cestaria, hoje amplamente incorporada nas tradições populares das regiões norte e nordeste.
“Essa ideia da herança tem o objetivo de trazer de volta a nossa memória a arte dos povos da floresta no que ela tem de mais esplendoroso que são as artes plumárias, mas também a arte dos objetos de uso, objetos simbólicos dessa cultura brasileira extraordinária. E também traz ao mesmo tempo uma visão de fora, de alguns dos mais importantes fotógrafos do Brasil. Além disso, a exposição conta com a construção de uma Casa dos Homens, da nação Mehinako, onde os visitantes poderão entrar e sentar nos bancos também construídos por eles, para fazer uma reflexão sobre o Brasil, sobre as nossas origens, sobre a defesa desses indígenas, dessa gente forte e resiliente que habita sobretudo o Amazonas, o Xingu e o Mato Grosso. Também haverá a representação de diferentes manifestações artísticas como gravuras, esculturas de artistas modernos, especialmente de São Paulo. Outro destaque é o painel com fotos originais do fotógrafo alemão Albert Frisch, que fotografou povos da Amazônia no século XIX”, explica Emanoel Araujo, curador da exposição.
Museu Afro Brasil Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Parque Ibirapuera – Portão 10 São Paulo/SP Visitação: de terça-feira a domingo, das 10hs às 17hs, com permanência até às 18hs.
www.museuafrobrasil.org.br