Exposiciones
23 febrero 2024 - 14 abril 2024
MASP / São Paulo, Brasil
Masi Mamani / Bartolina Xixa, Ramita Seca, La colonialidad permanente, 2019 (frame do vídeo)
O MASP apresenta a Sala de vídeo: Masi Mamani / Bartolina Xixa, que exibe os vídeos Ramita Seca, La colonialidad permanente (2019), Bartolina Xixa, una drag de La Puna (2019) e Crudo (2020). Com curadoria de Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP, as obras registram uma série de performances da artista argentina, as quais denunciam estruturas coloniais na intersecção entre sua pesquisa antropológica, experiências pessoais e expressão artística.
Masi Mamani (Jujuy, Argentina, 1995) é artista, bailarina e professora de danças tradicionais na região de Jujuy, nos Andes argentinos. Desde 2017, desenvolve performances e vídeos que exploram a linguagem drag queen, dando vida a Bartolina Xixa – referência à líder indígena aymara Bartolina Sisa Vargas (Corregimiento de La Paz, Bolívia, circa 1750 – La Paz, Bolívia, 1782), que liderou revoltas pela liberdade do seu povo e foi brutalmente assassinada pelos colonizadores espanhóis no século 18.
Ramita Seca, La colonialidad permanente [Ramo seco, a colonialidade permanente] é filmado em um lixão a céu aberto na Quebrada de Humahuaca, território indígena e patrimônio da humanidade. Esse cenário degradado contrasta com a riqueza de elementos das roupas, inspiradas nas cholas paceñas, mulheres indígenas que se vestem com trajes típicos, como saias coloridas, blusas bordadas, xales e chapéus elegantes. Bartolina dança ao som de uma Vidala, poesia tradicional andina cantada e dançada com tambores, que denuncia a persistência de estruturas coloniais, como a devastação ambiental e a exploração e perseguição enfrentadas por populações indígenas originárias da região.
No documentário Bartolina Xixa, una drag de La Puna [Bartolina Xixa, uma drag de La Puna], a artista descreve como Bartolina surgiu rompendo padrões de beleza ligados a representações ocidentais de feminilidade hegemônicas no universo drag, e explora ancestralidades e tradições de seu povo a partir das dissidências sexuais. Já em Crudo, Mamani também faz uma crítica a espaços institucionais. O curador Matheus de Andrade reflete que o título se refere ao «cru» como algo a ser preparado e consumido, alertando para abordagens de identidades queer e indígenas em espaços culturais como produtos exóticos a serem consumidos pelo público. “O plástico que envolve os corpos simboliza sufocamento, mas também atua como um manifesto de resistência, reivindicando relações mais horizontais e inclusivas para que corpos dissidentes possam respirar e existir plenamente nesses espaços”, ressalta.
MASP Avenida Paulista, 1578. Bela Vista. São Paulo/SP, Brasil. Visitação: de quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); terça gratis, das 10h às 20h (entrada até as 19h).
masp.org.br