Partindo de cosmologias africanas sobre o tempo, Raízes: Começo, Meio e Começo transcende a lógica ocidental de tempo como uma medida irreversível com início, meio e fim, propondo a ancestralidade como eixo fundamental para a compreensão e construção do presente e do futuro.
Éder Muniz, “Ilê Ti Okàn”, 2024. Técnica mista, resina e cabaça, 35 cm X 25 cm (cada obra). Coleção do artista. Foto: Luan Teles / SecultBA
Jeise Ekê de Lundu, “Quem Procura o que não Guardou quando encontra não Reconhece”, 2024. Instalação. Árvore papelão, rolo de papel kraft, tinta látex, geotinta, verniz orgânico, cascas de insetos e tecido, piso de serragem com pratos de cerâmica, 10 m X 10 m x 4 m. Coleção da artista. Foto: Luan Teles / SecultBA
Vista da exposição Raízes: Começo, Meio e Começo, no MUNCAB. Foto: Luan Teles / SecultBA
A exposição Raízes: Começo, Meio e Começo aconteceu no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador. A mostra reuniu os trabalhos de 80 artistas negros e negras, divididos em cinco eixos temáticos: “Origens”, “Sagrado”, “Ruas”, “Afrofuturismo” e “Bembé do Mercado”.
O Baobá, considerado a árvore da vida por algumas culturas africanas, foi colocado no centro da mostra. Suas raízes profundas representam ancestralidade e memória, enquanto o tronco representa as novas gerações, enraizadas em uma base sólida para sobreviver às adversidades. Os galhos, por sua vez, evocam o amadurecimento e as folhas que caem alimentam o ciclo da renovação contínua. Na história das populações negras escravizadas entre os séculos XV e XVI, o Baobá também carregava o simbolismo da árvore do esquecimento. Antes de serem forçadas a atravessar o Atlântico em navios negreiros rumo às Américas, pessoas africanas eram obrigadas a realizar um ritual de desenraizamento ao redor do Baobá, como uma tentativa de cortar seus vínculos com a terra de origem e suas memórias.
Com curadoria de Jamile Coelho, diretora do MUNCAB, e de Jil Soares, a exposição celebrou, essas raízes profundas e a resistência africana.
Raízes: Começo, Meio e Começo esteve em cartaz no MUNCAB até março de 2025.
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Nádia Taquary, “Puxada de Rede”, 2013. Instalação composta por um barco com mastro, rede e 60 peixes de metal banhado em prata. Barco: 3 m; rede: 17 m. Coleção da Artista. Foto: Luan Teles / SecultBA
Autoria desconhecida, “Oduduwa - Etnia Iorubá”, data não identificada. Forja em Bronze, 34 cm X 16 cm X 15 cm. Acervo Katuka Africanidades. Foto: Luan Teles / SecultBA
Nalbert P.S., “Série: Trancoso não é Mais Vila”, 2023. Objeto tridimencional. Tecelagem manual com fios de algodão cru, tiragem em stencil costura e spray azul, 100 cm X 150 cm (tecido total 100 cm x 300 cm). Coleção do artista. Foto: Luan Teles / SecultBA
Annia Rizia, “Pivete Lucas”. Escultura. Fiberglass e metais banhados, 57 cm X 36 cm X 34 cm. Coleção da artista. Foto: Luan Teles / SecultBA
Emanuel Araújo, “Sem título”. Escultura. Madeira. 220 cm X 60 cm X 40 cm. Acervo Galeria Paulo Darze. Foto: Luan Teles / SecultBA