Cadeira calçada, 2017, coleção particular
Formado em artes visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Dalton Paula é um artista afro-brasileiro que nasceu em Brasília no ano de 1982. Pintor, performer e gravador, foi o único artista negro brasileiro a participar da 32ª Bienal Internacional de São Paulo, “Incerteza Viva”, onde apresentou a instalação Rota do Tabaco (2015). A obra dá continuidade à sua reflexão em torno da circulação de coisas – plantas e usos sociais, não raro com sentido sagrado – que se tornaram mercadorias com o surgimento, implementação e avanço do capitalismo moderno. Na exposição “Amansa-Senhor” (2015), o artista aborda como pessoas escravizadas souberam utilizar os efeitos neurotóxicos da planta guiné, para apaziguar senhores perversos chegando mesmo a matá-los pelo uso controlado da erva. O assunto é sintetizado no objeto Paratudo (2015), no qual essa planta compõe a obra. Em seus trabalhos, Dalton Paula dedica um lugar especial ao corpo e suas múltiplas implicações em uma sociedade racista. Em Cor da pele (2012), por exemplo, o artista interpela o problema da mestiçagem e do cromatismo resultante que elogia a mestiçagem, desde que ela embranqueça.