Trajetória
Flávio Camargo: Sou formado em Artes Visuais, com especialização em Design, e tive uma formação anterior trabalhando muito tempo com cenografia, teatro, com a construção de objetos, com o trabalho manual. Paralelamente, sempre tive uma intervenção na rua com o grafite, como quase todo mundo na periferia. A rua dá essa formação também.
Toni Baptiste: Obtivemos juntos a licenciatura em Artes Visuais e, durante o curso, montamos o Coletivo Coletores em 2008. Durante muito tempo, conciliamos a carreira artística com a carreira docente, trabalhando na rede pública de ensino, dando aulas de Artes em diferentes escolas. Depois fizemos a mesma especialização em Design e Humanidades. Eu também me tornei mestre em Ciência da Informação. Como o Flávio, sempre desenhei e fui para a pichação muito cedo. O skate foi uma forma de expressão corporal que me ajudou a estar na cidade coletivamente e a pensar a cidade como um suporte. Depois acabei indo para música e me interessando pela fotografia e pelo vídeo de uma forma autodidata.
Coleta de histórias e materiais
Flávio Camargo: A princípio, nossa ideia era de que éramos nômades pela experiência de deslocamentos, pelo hábito de produzir em trânsito. Mas, entendendo melhor a forma que a gente trabalha e se relaciona com o espaço e as pessoas, vimos que a nossa atividade é de coleta: coletar coisas, histórias, materiais. Nossos equipamentos sempre foram portáteis, até pensando nesse conceito do coletor, que não leva mais do que consegue carregar. Quando a gente não tinha carro, a gente colocava tudo na mochila. A gente sempre pensa no quanto se pode tirar do mínimo que a gente tem.