Justapondo o passado e a contemporaneidade, a mostra apresenta trabalhos de diversos períodos e correntes artísticas, evidenciando visões das histórias LGBTQIA+ que apontam subjetividades fora da hegemonia de corpo.
Vista da exposição Histórias LGBTQIA+, apresentada no MASP, 2024/2025. Foto: Eduardo Ortega
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Julia-Bryan Wilson, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, com colaboração de André Mesquita, curador, e assistência de Leandro Muniz, curador assistente, e Teo Teotonio, assistente curatorial, a exposição está organizada em oito núcleos: Amor e desejo; Ícones e musas; Espaços e territórios; Ecossexualidades e fantasias transcendentais; Sagrado e profano; Abstrações; Arquivos; e Biblioteca Cuir.
“O atual cenário global para pessoas queer e trans é desigual: a aceitação, a solidariedade e a visibilidade existem lado a lado com o ódio, a censura e a total proibição legal em diferentes partes do mundo. Assim, por um lado, uma atenção maior voltada a questões Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer, Intersexo, Assexuais e de outras minorias (LGBTQIA+) vem criando mais oportunidades para artistas e pensadores queer e trans. Por outro lado, pessoas LGBTQIA+ em todo o mundo – impactadas diferentemente por sua raça, classe, gênero, idade e nacionalidade – continuam enfrentando repressão. Nesse contexto, Histórias LGBTQIA+ reúne trabalhos que tematizam tópicos queer ou que sejam feitos por artistas, ativistas e pesquisadores LGBTQIA+. A mostra celebra a riqueza e a multiplicidade da criatividade queer nas artes visuais”, afirmaram Julia Bryan-Wilson e Adriano Pedrosa.
A mostra apresenta trabalhos contemporâneos que estabelecem críticas e reflexões em relação aos cânones da arte. A exposição também coloca em debate os estereótipos e as contradições presentes na comunidade LGBTQIA+, além de apresentar documentos de grupos comunitários auto-organizados do Brasil — como MUTHA (Museu Transgênero de História e Arte), Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT–SP) e Arquivo Lésbico — e do Sul Global, incluindo outros 12 países da Ásia, América Latina, e África.
Histórias LGBTQIA+ segue em cartaz até 13 de abril de 2025.
MASP Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista. São Paulo/SP, Brasil. Visitação: de quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); terça gratis, das 10h às 20h (entrada até as 19h).
masp.org.br
Esquerda: Mayara Ferrão, O beijo 20, da série Álbum dos desesquecimentos, 2024. Imagens geradas por Inteligência Artificial, 19 × 15 cm, impressão jato de tinta sobre papel algodão. Coleção da artista e Galeria Verve. Foto: Mayara Ferrão. Right: Tammy Rae Carland, Sem título nº4, da série Lesbian Beds [Camas lésbicas], 2022. C-print sobre papel, 101,5 × 76 cm. Cortesia da artista e Jessica Silverman. Foto: Tammy Rae Carland
Esquerda: Martine Gutierrez, Demônios, Chin “Demônio da Luxúria”, p93 de Mulher Indígena, 2019. C-print sobre papel e moldura pintada à mão, 112 × 81,5 × 5 cm. Cortesia da artista e Ryan Lee Gallery. Foto: Martine Gutierrez. Direita: Yuki Kihara, Duas Fa'afafine (a partir de Gauguin), da série Acampamento Paraíso, 2020. C-print montada por trás de placa de acrílico, 94 x 72 cm. Cortesia Yuki Kihara e Milford Galleries. Foto: Yuki Kihara