O Museu do Barro é uma instituição privada construída ao longo de mais de três décadas de trabalho. O museu inicia suas atividades em 1972 – em plena ditadura – sob o nome de “Colección Circulante” , fundada por Olga Blinder e Carlos Colombino. O projeto consistia numa exposição itinerante de arte urbana em centros culturais, praças e universidades. Em 1984 é inaugurada a Sala Josefina Plá, em Assunção, núcleo da atual sede do Museu.
Conversamos com Lía Colombino, diretora da sessão conhecida como Museu de Arte Indígena, sobre as coleções do museu, seus objetivos e os desafios de expor arte popular, indígena e erudita num mesmo espaço.
C&AL: Como nasceu a ideia de criar este espaço?
Lía Colombino: O Museu é atravessado por afetos, por uma espécie de cumplicidade, de acordo e desacordo que também estão relacionados a uma resistência cultural que leva um grupo de pessoas a encontrar-se num espaço no qual se sintam representadas. Os artistas e intelectuais que se envolveram na criação do Museu do Barro careciam de um refúgio, já que as instituições paraguaias dedicadas à arte na década de 1970 eram conservador as e o engajamento de alguns artistas com certas posturas políticas não os tornava bem-vindos. Havia portanto um desejo de construir algo em que eles pudessem participar.