A LAMBDA, Associação Moçambicana de Defesa das Minorias Sexuais, uma das maiores organizações de luta pela proteção e pelos direitos da comunidade queer em Moçambique, destaca os maiores problemas que a comunidade enfrenta: os mais marcantes são o estigma social e o acesso limitado à saúde, à educação e ao trabalho. O diretor da LAMBDA Roberto Paulo destaca o quão perturbadora é essa descoberta, considerando que todo ser humano deveria ter o direito de escolher como quer viver sem temer a exclusão social.
A psicanalista Joyce McDougall escreveu: “Todo ser humano tem o direito de pertencer a ambos os sexos, alimentando a fantasia de possuir sexualmente e identificar-se simultaneamente com homens e mulheres.” Para garantir essa equidade, precisamos criar políticas públicas que combatam a discriminação de todo tipo, aumentar a participação de minorias em processos políticos relativos ao acesso à educação e ao trabalho, e corrigir todas as formas de desigualdade, preconceito baseado em origem, raça, sexo, cor, idade, e qualquer outra forma de discriminação. Essa é a perspectiva que o grupo de artistas queer trouxe a Sem Sombras.
Sem sombras venceu a chamada internacional promovida pela apexart em 2022-2023. A exposição foi realizada no centro cultural Sabura, na Rua José Mateus #185, Maputo, e esteve em cartaz dos dias 25 de fevereiro a 25 de março de 2023.
Lorna Zita é gestora cultural e escritora. Ela vive em Moçambique e participou do programa de mentorias da C& em 2022.
Tradução: Marie Leão