Fray: Art and Textile Politics (Desenrolando: arte e política do têxtil), University of Chicago Press, 2017), de Julia Bryan-Wilson, é composto de uma série de ensaios altamente selecionados que focam no que a autora considera significante, pessoal e politicamente, no mundo dos têxteis. Dos Cockettes às Arpilleras, Bryan-Wilson desenrola os aspectos curiosos que nos fazem tão enamorados e pessoalmente conectados aos tecidos. Professora do Departamento de História da Arte na Universidade da Califórnia, Berkeley, Julia Bryan-Wilson nos enxerga como especialistas no campo dos têxteis – eles nos acompanham por toda a vida; “todos temos”, escreve, “uma profunda relação com eles”.
O impacto político que os tecidos têm sobre nós emerge com força na investigação de Bryan-Wilson sobre a AIDS quilt (“colcha de retalhos”). Essa parte do livro é uma imersão que ilumina o impacto socioeconômico que o sistema político norte-americano teve sobre as pessoas que viviam com AIDS na década de 1980. No princípio dessa crise de saúde havia pouco conhecimento ou compreensão sobre o que a AIDS era, de forma que foi importante para as comunidades se unirem e trabalharem conjuntamente para questionar os sistemas políticos e de saúde, violentamente preconceituosos. Em particular, homens gays e seus aliados pavimentaram o caminho e a AIDS quilt, que a todos acolhia, assegurou que muitas de suas narrativas e epitáfios sobrevivessem.