Sonia Gomes, Torções, exposição Osso, Instituto Tomie Ohtake
Sonia Gomes é uma artista negra brasileira que nasceu em 1948. Autodidata, cursou irregularmente algumas disciplinas na Escola Guignard em Belo Horizonte. Suas primeiras exposições aconteceram entre 1994 e 1997. Desde então, segue exibindo seus trabalhos individual e coletivamente na África do Sul, Alemanha, Dinamarca, EUA, França e Brasil. Foi a única brasileira escolhida pelo curador nigeriano Okwui Enwezor para participar da mostra principal da 56ᵃ Bienal de Veneza em 2015. Seus trabalhos evocam os fazeres manuais têxteis femininos, quando, com gestos rigorosos de composição, evidenciam relações de afeto entre coisas e pessoas mediadas pela memória. Em suas composições, nas quais combina arames e tecidos dobrando, torcendo, enrolando ou costurando, os materiais se misturam e tomam formas inusitadas como nas peças das séries Lugar (2013) e Patuá (2016). Esta última alude a amuletos de origem africana amplamente usados por indivíduos negros no Brasil, durante e depois do período escravista, com fins de proteção pessoal. Muitos dos tecidos com os quais a artista trabalha são vestígios de ritos sociais de passagem como casamentos e batizados.