Coletivo Nacional Trovoa

“Não aceitamos migalhas do circuito branco de arte”

Grupo de artistas e curadoras reúne-se no Brasil para realizar um levante nacional de artes visuais produzidas apenas por mulheres negras e não-brancas.

Convite aberto

O Trovoa convida mulheres de diversos estados do Brasil para exibir seus trabalhos na mostra. Mesmo sem qualquer apoio institucional financeiro, a ideia é reunir quem se dispuser a colaborar e a ceder espaços e trabalhos para que esta mostra possa acontecer e siga acontecendo através de trocas nas redes sociais através do Facebook e Instagram.

A base do discurso do Trovoa é, portanto, colocar aquilo que seria um levante como base para uma plataforma e um movimento. Aquilo que seria uma mostra, com data de finalização, tornou-se hoje um coletivo que busca fomentar protagonismos e individualidades no campo da arte. Já temos uma sede no Rio de Janeiro e estamos buscando formas de intercambio não só de trabalhos, mas de artistas por todo o Brasil e também fora do país.

Revolução na simplicidade

“Construções são feitas em agregações. O Nacional Trovoa é um movimento simples e é nessa simplicidade que está a revolução: seguir fazendo seu trabalho e debatendo sobre ele e também reconhecendo quais condições estruturais foram vividas para desenvolvê-lo. Simples: mulheres não-brancas, racializadas, estejam atentas e escutem“, anunciam as artistas do coletivo na convocatória. “Até agora estamos presentes no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Espirito Santo e Pará. Somos mais de 150 artistas e curadoras lutando juntas pela manutenção do processo de visibilidade no mundo da arte“, concluem.

Keyna Eleison é curadora, graduada em Filosofia e mestre em História da Arte. Narradora, cantora, cronista ancestral, é especialista em arte-educação, contação de histórias, captação de conhecimentos de forma oral, herança Griot e xamãnica. E escreve regularmente a coluna “Para olhos que podem ver” na C& América Latina.

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