Feminismos e arte na América Latina

Abordagem da produção artística e teórica de algumas artistas latino-americanas, na tentativa de compreender os levantes e reivindicações feministas em curso na última década. Discussões de como feminicídio, violência sexual, direito ao corpo, liberdade de expressão e resistência comunitária tomam forma na literatura, nas artes visuais e na performance.

Como procedimento pedagógico, análise de obras a partir da interlocução com referências bibliográficas feministas, sendo eleito como norteador um artigo, ensaio ou capítulo de livro por encontro.

Programa
1. Panorama da maré feminista em latinoamérica, tendo como base teórica um capítulo do livro da cientista social Verónica Gago «A potência feminista ou o desejo de transformar tudo». Abordagem de alguns movimentos e intervenções de arte e ativismo, como as campanhas «Aborto legal» e «Ni una a menos» e o coletivo chileno «Las tesis».

2. Debate do artigo «Uma ruptura epistemológica com o feminismo ocidental», de Julieta Paredes Carvajal e «¿Qué es la despatriarcalización?», de Maria Galindo, ambas ativistas bolivianas fundadoras do Mujeres Creando (coletivo de artivismo e feminismo comunitário). Discussão sobre as intervenções e ações do Mujeres Creando e do FOMMA – Fortaleza de la mujer Maya, coletivo mexicano de mulheres que viajam pelas comunidades de seu país fazendo arte e fomentando o conhecimento sobre a vida comunitária e a preservação da memória cultural originária.

3. A partir do texto «Falando em línguas: uma carta para mulheres escritoras do terceiro mundo» de Gloria Anzaldúa, percorremos um breve inventário de poetas que pesquisam a palavra como campo político em disputa e como possibilidade de autodefinição. Partindo de Gioconda Belli, análise de obras de artistas do spoken word e da performance, como Queen Nzinga Maxwell e Meliza Lozada-Oliva, chegando no contexto dos poetry slams brasileiros.

4. Presença da dramaturga Dione Carlos e discussão da sua obra, seus processos criativos e o diálogo com grupos de teatro colaborativo. Também será pautada a discussão sobre gênero, classe e raça nas artes, em especial na cena teatral contemporânea.

5. Leitura e discussão do texto da antropóloga Rita Segato que versa sobre as relações entre feminícido e patriarcado na América Latina em geral e no México em específico, pondo em evidências os diversos assassinatos de mulheres na Ciudad Juárez. Articulação dos conceitos por ela trabalhados com duas obras latinoamericanas: o romance Garotas Mortas, da autora Selva Amada e o podcast investigativo Praia dos ossos.

Palestrantes
Luiza Romão: Poeta, atriz e performer. Mestranda em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP). Autora dos livros Coquetel Motolove e Sangria, este que mesclou performance, poesia, feminismo e cinema, circulando por diversos festivais da América Latina.

Fernanda Machado: Artista e pesquisadora do corpo na cena, integrante da Coletiva Palabrería. Doutora e mestra em Artes Cênicas pela ECA/USP. Em Bruta, sua pesquisa atual, investiga bruxaria e feminismo em latinoamerica.

Sofia Boito: Artista-pesquisadora interessada em linguagens de fronteira entre artes cênicas, literatura e artes visuais. Doutora e Mestre em Artes Cênicas pela ECA-USP e atualmente professora temporária no mesmo departamento.

Dias e Horários
Sextas, 15h às 17h.
Curso 100% online
Inscrições a partir das 14h do dia 28/1
Vagas Limitadas.

Valores
R$ 21,00 – credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 35,00 – pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 70,00 – inteira

As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 28/01, no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br