No caso de Cherán, artistas ajudam a representar, a tornar compreensível e contar a história para além do estado de Michoacán. De 2022 a 2024, membros do Colectivo Cherani são Jane Lombard Fellows do Centro Vera List de Arte e Política de Nova York. Dessa e de outras formas, constroem as narrativas de um povo com conhecimentos e saberes próprios, impedindo seu desaparecimento. “Fazem à sua maneira seu próprio resgate”, diz Calveiro, “articulam-no com o que precisam”. Assim, mostram-nos uma visão temporal na qual o passado e o futuro de uma nova política possível coexistem lado a lado.
O Colectivo Cherani, de Michoacán, México, foi fundado em 2011 e é formado por um grupo diverso de artistas, ativistas e pessoas criativas que compartilham a visão de utilizar a arte como uma ferramenta para a mudança social e o empoderamento da comunidade. Ele surgiu da revolta do vilarejo de Cherán contra o extrativismo e o desmatamento em massa. O coletivo assume o compromisso de chamar a atenção para as vozes e as lutas das comunidades marginalizadas, especialmente os grupos indígenas.
Hannah Katalin Grimmer é pesquisadora e curadora. Trabalhou na equipe de curadoria do Gropius Bau, em Berlim, e foi professora e assistente de pesquisa na Universidade de Kassel/Instituto documenta. Atualmente conduz as pesquisas para seu doutorado sobre as relações entre artes visuais, movimentos sociais, memória e resistência no Chile. Vive em Berlim e Santiago do Chile.
Tradução: Renata Ribeiro da Silva